sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

À espera de mais um reencontro

Passados os minutos
Do remorso desleixado,
Havia sempre aquela constante voz
Enterrada num dia frio:
Era voz de Juliana
Ou Carolina,
Ou alguma outra dessas
Que ficam em mim
Dizendo dos dias frios
'São assim mesmo',
E vendo em cigarros vazios
A inebriante presença que falta;
Cotidiano é assim:
É querer bem-me-quer incessante
Colado nos cabelos
Vestindo as minhas roupas
Dizendo repetitivamente que
C'est la vie, c'est l'amour, c'est toujours,
Num poema escrito rápido, sem pontos
Ou intervalos
Que começa no fim
E termina no princípio,
Sem saber do que fala,
Querendo nascer.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Cheiro relapso

Tudo cheira a fumaça de cigarro
Num longo ramo que lhe nasce
Para bordar um buquê,
Mas basta uma brisa da janela
Que embola no caule um laço
E cada pétala faz morrer.