Pelas madrugadas há vizinhanças;Vizinhos de quarto, de jardim
De varanda e de cigarro.
Vem vizinho, debruçar no parapeito
Vem matar o sono à janela.
Vem dormir na minha cama
Agarrado ao travesseiro
Ao rosnar de sonhos
E tilintar do tráfego afora.
Vem revirar contos tidos
Ao verso de gargalhadas.
Vem rasgar fronhas
Enquanto a novela passa
E passa o café
Ao som do nosso silêncio.
Vem ser minha parede
Que serei teu armário.