segunda-feira, 26 de abril de 2010

Casarte

(Escrito em 12 de Abril de 2010)

Esta rua esfarelada
De granizo espesso
E desnorteadas bolas azuis
Enrugadas em plástico
Borracha fina, sadomasô,
Das casas noturnas de vinte andares
Lembra um estúdio branco
De amplas janelas
Chão de madeira
Telas chamuscadas em ateliês
E respingos de tinta.
Parece que os gordos sacos celestes
Explodiram no quarto
Pintaram em banana e xorume
Uns rasgos no quadro.
As linhas da calçada
Tracejadas falhadas
Entre grãos e vãos
Parecem-me o empório
De um famoso artista
Gay, decadente,
Que pinta minha casa
De azul sadomasô
E branco espaçoso
Num cinza confortável.

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