(Escrito de 14 a 23 de Abril de 2010)
I
Roda de vidro
Roda presa
Entre as alas do saguão
No feitio de seus pontos
Vai-se a cria do vento,
Tempo,
Num relapso tontear.
II
Cubo branco,
O que será de agora?
Diga o que fazer
Entre as tuas paredes;
Conta o que picharam no teu chão
Com letra de mão
Em garrancho encaixado
Para caber no teu vão.
III
Tranço entre negros cipós
Um vasto quadriculado
De contos enumerados
Em rasgos azuis.
Voo de galho em galho
Sete a sete
Um a um
Mergulhando em seus troncos
De caixas profundas
Dentro de um plano branco.
IV
Chumaço de almaço pintado
Uns vários retratos falados
E páginas contadas
(As páginas sempre contadas);
Assim se esvazia o espaço
Entre hojes e amanhãs -
Num pequeno caderno
De fotografias terçãs.
V
Um som rotineiro
É o de rasgar papel
A cada trintena.
E quem sequer notou
Que, entre planos brancos,
Números pretos e traços azuis,
Vive de rasgar trintenas?
segunda-feira, 26 de abril de 2010
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