domingo, 30 de maio de 2010

Areno

Estes são os versos de um touro de arena;
Um leve, negro touro.
Os versos de um que de arena nada sabia.
Versos leves de um dia de arena
Que de areia no céu
E palmas batendo a cascos
Não se sabia.
Estes versos serenos ensurdecidos no céu da arena
Que de areia e agito vermelho
Fizeram-se, sem saber.
Estes versos lentos ao som sereno
Do agito cândido de vermelho na areia
E a areia nas palmas de cascalho
A se agitar.
Estes, os versos vermelhos
De agito sereno
Mergulhados na areia
Ensurdecendo ao cascalho
Enroscados na areia vermelha,
Sem saber da prata da arena
E seu brilho leve, negro
Que de um touro podia restar;
Ao perene sereno veneno
De areia tingida
Na arena que só de vermelho instigara
E só em vermelho poderia se manchar.

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