terça-feira, 18 de agosto de 2009

Cintilante

Contaram uma vez
Alguns contos de fadas
Falando de amor como um fogo repentino;
Mas ninguém há de dizer
Que a lareira que acendi pacientemente
Não é amor.
Eu não sei criar uma faísca
Simplesmente do ar
Que, sem titubear, se faça num sopro.
O meu fogo requer carvão
Que despedace e suma
Entre tantos e tantos sopros.
O meu fogo quer carinho
E afagos eternos.
Meu fogo é mimado, é grudento, ciumento
E não cansa de pedir cuidado;
Não tem a magia das fadas
Mas canta como os anjos.
Meu fogo não se alastra no mundo
Mas brilha à noite, entre dois, na sala de estar;
Meu fogo não se vê dos bosques
Mas pede sempre um buquê de flores ao lado,
Na mesa.
Meu fogo não sobe alto aos céus
E incendeia a paisagem
Mas nunca se cansa nem se apaga.
Meu fogo não só diz 'eu te amo';
Também escreve com suas chamas.
Eu não fogueio como um conto de fadas -
Eu tenho um fogo que quer amar
Um amor que é só meu e teu.

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