É de dar agonia
Um dia de tanto sal
Que cobre as planícies
E arrasa a língua.
A boca se morde, exaspera,
Sem saber o que esperar
Além da próxima duna.
É de calar teu calado
E de rolarem as horas
Que se amontoam
Como praganas nuas.
É de se chorar
A inexistência de choro
Que se represa
No profundo do chão
Implorando estourar.
É de tonteio
A distante miragem
Do contorno de teu corpo
Envolto na névoa do sol.
É insano
O eterno exílio
De um único dia
Enterrado aos ouvidos
Num deserto de sal.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
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