quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Liquidez viscosa

(Escrito em Janeiro de 2008)

Nada do que eu rasgo é vivo
- não parece vivo -
são só eletricidade
num maquinário de papel
onde as almas espiram
num rodopio de existências,
de verdades distorcidas,
codinomes inventados -
numa ressaca meio premeditada.
Qual meu nome?
Não consigo rasgar meu codinome
ou queimar a papelada sem tomar choque.
Sou teu nome
ou é o teu que se parece com o meu?
Sou o espelho ou a imagem que verteu?
Estou sofrendo ou a dor de cabeça
escolhi?
Eu só queria rasgar umas folhas
tapear umas páginas
queimar umas espiras
mas tapeei - rasguei - queimei meu nome.

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