segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Poema aberto

Não é uma questão de posse,
Nem de quem é o pintor;
É só pela fria pá de cal que me jogas.
Tudo se envolve num casco
De desarmonia;
De dias pintados à mão
Subitamente xerocados
Num preto e branco lato senso
De impressoras casuísticas.
E pior, a fresca tinta vermelha
Que eu tinha composto
Sobre a tua panturrilha
Manchou-se em cinza
E riscos desbotados
De um lápis velho.
Vês?
Não sou eu,
É a tinta
Que se fez em lascas
Sobre o monitor de uma máquina qualquer
Jogada num outro canto
De onde nunca mais tirarás o resquício.

Um comentário: