segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O último poema da varanda

Houveram noites do morcego negro
Que eu temia
Mesmo na inofensividade de seu voo.
Ele me olhava e trancafiava,
E por anos me escondi.
Minha varanda ficava fechada
Meu céu, envidraçado
E a rua, muda.
Hoje aqui fora estou
E não vejo o rapinador.
Hoje a noite é do gato branco
Que chega, me vê,
Manda-me abrir a cortina e o vidro
E passa esguio
Por seu próprio caminho,
Sem ninho ou rapina,
Apenas uma breve passarela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário