terça-feira, 23 de junho de 2009

Ponto de vista

Há quem diga que há
O que se diga
Dentro do microscópio;
Mas quem dizer não há
Que se diz muito melhor
Quando fora dele está?
Há de se contar
Que contei muito melhor
Quando o observava
E agora que o sou
Posso só me transtornar
Em só nele me focar
E não falar sem me afogar.
Mas e se não entrar,
Eu consigo escutar
O som que não há no ar?
Se eu não mergulhar
Compreendo muito mais
Ou me perco em irreais
Tentativas de falar?
Se fora fico, desfoco,
Desaprendo;
Se me envieso
Impuro compreendo.
Diga-me se há o que há
De dizer, de falar
Entre ser olho e microscópico.

(15 de Maio de 2008)

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